08/07/2008

Que Rumo para o Nacional?



Parece que vamos ter nova mudança no Teatro Nacional D. Maria II. E é isto, à priori, uma boa notícia, pois o trabalho desenvolvido por Carlos Fragateiro e a sua equipa em nada tem beneficiado o Teatro, banalizando a todos os níveis aquilo que deve ser um Teatro Nacional.
Mas se a nomeação de Fragateiro para o Nacional foi algo que, na altura, não fez grande sentido, principalmente depois de ter apresentado os seus objectivos para o Dona Maria. O mesmo se pode e deve dizer desta nomeação de Diogo Infante.
Porquê Diogo Infante? Que provas tão cabais deu ele no pouco tempo que dirigiu o Maria Matos? Será este bom actor um bom programador cultural? Há uma noção ou uma estratégia para o que vai ser o Teatro Nacional?
É díficil responder a tudo isto, pois neste momento Diogo Infante e o Ministério da Cultura não falam. Fragateiro também não. E mais uma vez tudo é decidido numa obscuridade que não beneficia em nada este Teatro e este Ministério.
Coisa estranha o tempo que se leva a tomar decisões e assumi-las. É que acreditem ou não (quem está por dentro acredita) eu já sabia que Fragateiro ia saír da direcção do Nacional desde Março, altura em que lá estive em cena. Sabia eu, porque toda a gente sabia e não se falava sobre outra coisa, fazendo-se apostas para a sucessão. Sendo que de todos os nomes falados, e foram muitos, nunca se falou de Diogo Infante. E isto não sou eu a falar. Foi escrito por Eugénia Vasques, comentado pelos mais habilitados encenadores e actores.
Porquê esta escolha então? Em minha opinião, pelas várias recusas recebidas. E depois porque Diogo Infante para além de um ar jovem vai dar um aspecto de cara lavada ao Nacional. Desejo-lhe a melhor sorte...
Mas receio que o que nasce torto dificilmente se endireita. E este processo para além de tudo o que já escrevi atrás tem agora como protagonista este actor comercial que prepara um programa televisivo em parceria com o Maria Matos. Um actor cujas principais peças programadas para o Maria Matos tiveram o próprio como protagonista (num Teatro Nacional tudo isto é absolutamente inconciliável), tendo mesmo ganho um globo de ouro pela interpretação de Hamlet em encenação de João Mota. E pior que tudo, um actor que diz em comunicado de imprensa que se demite do Maria Matos por questões orçamentais e à Camara de Lisboa diz que se demite porque tem um convite do MC. Quanto a ouvi-lo... Nada.
Trata-se de um Teatro Nacional. Não teremos direito a estar melhor informados.

Por cá continuaremos atentos...

3 comentários:

Fernando Samuel disse...

O Teatro Nacional, de há longos tempos para cá, é o espelho do País...

samuel disse...

Desde que não acabemos a "passar por ele no Rossio"...
A propósito... quem é o ministro da cultura? :)))

Abraço

Karocha disse...

Tráfico de influências?
Portugal no seu melhor!