07/08/2008

Gerês





" O que salva o poeta é uma espécie de volubilidade visual, incorrígivel. Como nunca vê com olhos automáticos, hirtos, rotineiros, pode, do mesmo ângulo e nas mesmas circunstâncias, estar sempre a descobrir novidades, aspectos inéditos numa paisagem gasta. E é o que me acontece. Ando aqui pela décima segunda vez como uma Kodak maluca, incapaz, por capricho de fabrico, de seriar a vida. Cada disparo é mais um inédito desfloramento de luz "

Miguel Torga
Diário - 07/08/1952

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