07/03/2008

Para Bruxelas ver

Existe um género de esquizofrenia com a questão da educação. Estou agora a ver o "Expresso da Meia Noite" na SIC Noticias e já ouvi Maria de Flor Pedroso e Helena Matos. A cantilena é a mesma que tenho ouvido na blogosfera. Resumo: ninguém sabe do que fala, todos dizem o mesmo, ninguém faz ideia do que está realmente a discutir. É pura demagogia e pura merda (assim mesmo). São os professores e a necessidade de reformas, mas trocado por miúdos tudo o que sei é que agora nunca chumbaria por faltas, podería insultar os professores à vontade para nunca ser devidamente julgado e todas as entidades me fariam um excelente aluno para as médias europeias, chumbando em exames até aprender (provem-me lá o contrário). É que sei de casos até à exaustão, poderei dar inúmeros exemplos, eu e o Nuno temos mãe professora. Ouvi as queixas da minha mãe arrancadas a ferros, juro pela minha vida. Sabem porquê? Quer reformar-se, quer ir-se embora, se calhar está magoada. Não é pelas aulas que sempre adorou dar, é por não querer aturar mais esta gente e perder a sua dignidade. Por todo o esforço e investimento que fez, por ter acreditado numa ideia de educação em que deu tudo o que pode e que sabe. Isto é o que escrevo, vale o que vale. Mas toquemos no nervo: querem que os professores deixem de castigar e avaliar os alunos enquanto são avaliados. É justo que assim seja. Motivo: para Bruxelas ver as nossas belas e grandes notas perante a Europa. Para mostrar nas estatísticas o quanto somos bons. Estarei a mentir?

1 comentário:

Fir disse...

É bem verdade tudo o que está escrito neste post. O facilitismo chegou a tal ponto que, se um aluno quiser reprovar, certamente não conseguirá.
Mas há mais: em todas as entrevistas que vi (ou li) à sra. Ministra, não houve uma única pergunta que demonstrasse que os jornalistas tinham lido a legislação referente à avaliação dos professores. Sintomático, não?