22/05/2008

Morreu Torcato Sepúlveda



"Nunca se devia dizer nada, nunca se devia chorar desta maneira. Torcato Sepúlveda, amigo de muitas horas, de muitas conversas, meu companheiro de tanta literatura gasta e por gastar, a voz, a fúria, a zanga, os livros, a memória de muitas páginas, o leitor amável, o leitor furioso, o céptico entusiasta, os bancos de jardim, o Jardim da Parada logo de manhã, os jornais, as estantes, os bares, as varandas sobre a planície. Nunca se devia chorar desta maneira a quem nunca se dirá adeus, adeus, adeus, mesmo que essa palavra exista, mesmo que essa palavra não exista lá, para onde vais."

Francisco José Viegas

2 comentários:

Pedro Góis Nogueira disse...

Não conheci Torcato Sepulveda mas via-o muitas vezes lá em Campo de Ourique. Na Barata (agora Bulhosa), no "Meu Café",noutros cafés, talvez no Jardim da Parada, a andar pelo bairro sempre com livros e revistas e aquele ar circunspecto. Gostava muito do que escrevia. Principalmente da crítica literária. Tenho muita pena que tenha morrido.

RJ disse...

Não sei se lêem o Público, mas o comentário anterior aparece na edição de hoje, caderno "P2", pag. 2, secção "Blogues em papel".