16/02/2008

Into the Wild

Uma boa surpresa este "Into The Wild" de Sean Penn. Depois dos menos conseguidos "The Crossing Guard" ou "The Pledge", que com um ponto de partida interessante, pendiam em minha opinião demasiado para o overacting de um actor do calibre de Jack Nicholson e numa tentativa quase assumida de aproximação a John Cassavettes. O que não só não colava muito bem, como também soava um pouco a falso e pretensioso.
Este "Into the Wild" é bem mais fluído, certeiro e intenso. Começa-nos por surpreender pela sua simplicidade, desenvoltura e pelo carisma do jovem actor Emile Hirsch que encarna o sujeito do filme, Christopher McCandless .
"Into the Wild" é uma história verídica difícil de definir a priori. Segue o personagem Christopher McCandless através da sua viagem interior de descoberta de si próprio pela natureza e pelo desconhecido. Uma viagem física, filosófica e emocional que por si própria pode dar azo a múltiplas interpretações.
"Into the Wild " mostra mais essa viagem através da aventura e das suas vivências do que por uma psicanálise ou avaliação do carácter de McClandess. Nietzsche dizia que a alegria é mais profunda que a dor. Alegria que é o ponto de partida, de chegada e de apoio em todo o filme.
A belíssima banda sonora maioritariamente de Eddie Vedder também ajuda, encaixa na paisagem do filme que nem uma luva. Depois existem também os personagens que vão surgindo na viagem. Com aquela autenticidade, solidariedade e amizade genuína que se vê no cinema americano de John Ford a "Straight Story" de David Lynch.
Com um final comovente, é desarmante a honestidade com que Penn acaba no fim por prestar tributo a Christopher McCandless e à sua família. "Into the Wild" mais do que valer a pena, é um filme tão obrigatório como todo o grande cinema norte americano.

1 comentário:

a formiga disse...

Gostei imenso deste filme