11/02/2008

POEMA


"Já perdoei erros imperdoáveis,

tentei substituir pessoas insubstituíveis

e esquecer pessoas inesquicíveis.


Já fiz coisas por impulso,

já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei decepcionar-me,

mas também decepcionei alguém.


Já abracei para proteger,

Já me ri quando não podia,

fiz amigos eternos,

amei e fui amado,

mas também já fui rejeitado,

fui amado e não amei.


Já gritei e saltei de tanta felicidade,

já vivi de amor e fiz juras eternas,

-parti a cara muitas vezes-!


Já chorei ouvindo música e vendo fotografias,

já liguei só para ouvir uma voz,

apaixonei-me por um sorriso,

já pensei que fosse morrer de tanta saudade

e tive medo de perder alguém especial

(e acabei por perder).


Mas vivi, e ainda vivo!

Não passo pela vida...

E você também não deveria passar!

Viva!

Bom mesmo é ir à luta com determinação,

abraçar a vida com paixão,

perder com classe

e vencer com ousadia,

porque o mundo pertence a quem se atreve

e a vida é MUITO para ser insignificante."

Charlie Chaplin

5 comentários:

Anónimo disse...

“Ainda sem comentários”, diz o computador feito parvo! Como não comentar o comentável!

Creio que a escolha do poema de Charlie Chaplin é, acima de tudo, genial.

Não vamos falar da sua obra como actor (penso que a fotografia escolhida exprime bem a mímica com que o cinema mudo o celebrizou) mas restringirmo-nos somente ao poema que vocês nos apresentam. Também aqui Charlie Chaplin é brilhante, e assim, também brilhante a vossa escolha.

Por vezes não existem palavras “simples” para dizer o que sentimos. Nestas situações escrevemos poemas.

A poesia tem esse mistério; fala sem falar, diz sem dizer, toca sem tocar...

Gostaria de vos deixar este meu sentimento, este meu poema (será?). Tão enigmático como os outros:



... E por fim pediram-me a razão!
Mas eu continuei distante, pensativo,
Contemplando toda a extensão de mar que me rodeia.

Tantas vezes procurei essa razão,
À beira deste mar, pelas falésias,
Entre as palavras que ficam por cumprir.

Mas também não a encontrei neste crepúsculo,
Quando em silêncio, o dia extravasante,
Cobriu de fogo todas as minhas lembranças do passado.

Como gaivotas, também as palavras à noite se recolhem,
Já não flutuam no ar como papeis,
Só o horizonte existe em contraluz.

Ao longe, no fundo dos meus olhos,
Formam-se constelações desconhecidas,
Ouço o bater das ondas. Nada vejo.

Novamente me pedem a razão!
Mas eu sorrio, com a certeza de que ela não existe,
E de que tudo está suspenso, esperando a alvorada...


Um grande abraço
Reis Góis

cristina rocha disse...

Sobre este poema magnífico que representa a vida de alguns de nós, se não mesmo a vida de todos nós, apenas posso acrescentar as palavras de Fernando Pessoa

"Momentos"
O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem.
Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis.

Nuno Góis disse...

Um grande poema a contibuir e de que maneira para o enriquecimento deste post.
Para ti é aquele abraço...

Nuno Góis disse...

Um muito bem haja a Cristina Rocha por partilhar connosco esses "momentos"...

Pedro Góis Nogueira disse...

Mais vale tarde que nunca!Aqui está um dos colaboradores deste blogue a fazer um comentário...
Um grande abraço para Reis Góis que é poeta e nosso tio e um agradecimento especial para Cristina Rocha que decidiu engrandecer o momento com Fernando Pessoa. Que fartura pá!

Pedro Nogueira