13/02/2008

OBSCENA


Serve o presente post para dar os parabéns a esta revista que está agora a comemorar um ano. Sem pretensões de maior a OBSCENA é uma lufada de ar fresco na edição sobre as artes performativas, pois trata-se de uma revista que aborda o que se faz por cá como por qualquer parte do mundo, que aborda o que se vai fazendo quer pelos mais velhos e experientes como pelos mais novos e inexperientes, e que , acima de tudo, trata qualquer das artes perfomativas com o mesmo profissionalismo e importância. Tem ainda a capacidade de nos pôr a reflectir (por vezes até sobre questões que nunca nos tínhamos colocado), sem mais nenhum objectivo que não esse: a reflexão. É também uma revista que se lê apaixonadamente de uma ponta à outra pois não há temas desinteressantes, e ainda nos seduz com um grafismo fabuloso e sempre imprevísivel e com fotografias absolutamente notáveis...

Devido à falta de leitores que poderia haver (o que é natural num país culturalmente tão pobre) a OBSCENA optou por editar apenas on-line. Houve contudo duas excepções a edição de Junho/Julho do ano passado, aquando do Festival de Almada, e esta edição de Fevereiro, comemorativa do primeiro aniversário, que encontramos editadas em papel e com custo zero para o leitor. Que mais podíamos desejar?

Quanto às edições anteriores poderia escrever muitíssimo tantos os artigos que me agradaram, mas vou sublinhar apenas alguns que me são/foram mais caros.

Em Fevereiro de 2007 sai o primeiro número e em relação a este gostava de destacar a entrevista à coreógrafa alemã Helena Waldmann que deu um workshop em Teerão sendo a primeira ocidental a fazê-lo. Ainda na mesma reportagem destaco: "um breve olhar sobre o teatro iraniano". Destaque ainda para o ensaio de Ralina Stefanova: " pode a crítica teatral ser pós-dramática?"

De Março: MANUEL JOÃO GOMES-Profissão: Crítico. E a imensa reportagem sobre as artes performativas em Nova Iorque hoje...

Em Abril conhecer Eric Bentley e ler a homenagem a João Mota.

Em Maio entrevista a Jorge Ramos que fala sobre o ensino artístico em Portugal e não perder a entrevista com Pina Bausch.

Junho/Julho podemos folheá-la e lá encontramos tudo sobre o maior festival de teatro que por cá é feito (o Festival de Almada), não perder aqui a entrevista com Bernard Sobel. Neste número temos ainda uma grande reportagem sobre o festival de Avignon "o mais importante encontro internacional de Teatro do velho continente".

Em Outubro o dossier Europa em que destaco: De que falamos quando falamos de cultura europeia. E a não perder: A crítica dramática face à encenação de Patrice Pavis.

De Novembro a entrevista a Rodrigo Garcia "quero descansar mas não consigo". Em seguida atravessamos vários países para tentar perceber de que é feita a identidade cultural europeia. E temos ainda em perspectiva os 50 anos da fundação Gulbenkian.

Dezembro/Janeiro- A CULTURA NÃO SE MOSTRA, PROVA-SE? A não perder a Sida e as suas metáforas, a conversa entre Alain Buffard, Claudia Triozzi e Vera Mantero, e o dossier Europa 3.

Quanto a este ultimo número que posso folhear não destaco nada porque ainda não li tudo, mas citarei partes do editorial de Tiago Bartolomeu Costa (o mentor e director desta revista):


ANO 1

"Há um ano prometemos contribuir para a revitalização do debate, da reflexão exigente, da indispensável intervenção pública(...)enquanto fórum participado, em vez de observatório isolado, combinando crítica, opinião, reportagem, análise, ensaio, fotografia, actualidade e entrevista num conjunto de textos e imagens que possa abrir uma janela para o ar do tempo que se respira"(...)"Passam por estas páginas autores da mais diversa índole, experiência ou opinião, num constante processo de exposição de um discurso assinado, liberto de correntes ou modismos."(...)"Gostamos de pensar que a OBSCENA se regenera, reinventa e evolui de número para número. Quando perguntam se é díficil, preferimos dizer: já está feito!"(...)"Sem regras, agendas, imposições ou calendários. Acreditamos que é esta liberdade editorial que tem conquistado quem nos lê. É por tudo isto que continuamos."


Assim continuem que eu estou conquistado...


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